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Conexão Brasil x EUA #02

  • Erich Mesquita - Mars Hill EUA
  • 25 de jan. de 2016
  • 3 min de leitura

Estou de volta! Essa semana estamos passando por um “snowcalipse” aqui no lado leste dos EUA, e estou aproveitando os dias de aulas canceladas pra treinar (no rolo, obviamente), descansar e por os estudos em dia. Em outro post pretendo falar do inverno aqui e de como passamos essa temporada de neve, frio, ciclocross e “base” para a temporada de estrada. Desta vez, porém, como prometido, focarei na equipe e em sua estrutura.


Bom, quando eu cheguei aqui, em Agosto de 2014, não sabia bem o que esperar em termos da equipe, mas essa foi mais uma boa surpresa. O ciclismo universitário, obviamente, não é nada perto do nível profissional local, afinal não se pode ter uma estrutura tão avançada durante a temporada comum para receber gente que acabou de começar a correr e ainda está experimentando o ciclismo como os corredores das categorias B e C. No campeonato nacional, a prova que fecha o calendário universitário, a coisa é diferente: somente os melhores corredores de categoria universitária A participam e a estrutura é bem mais profissional.



Com exceção da universidade de Marian, em Indianápolis (que investe tanto em ciclismo que, no nacional de ciclocross, tinha um caminhão-baú abarrotado de rodas Zipp para seus 30 atletas), não existe nada demais nas equipes, porém temos acesso a tudo o que precisamos. Em Mars Hill temos um bom técnico, temporadas estruturadas, uma sala da equipe equipada com uma oficina onde podemos lavar e fazer a manutenção nas bikes, rolos de treinamento, nosso próprio micro-ônibus que nos leva para as competições, patrocinadores, como Kask (capacetes), Hincapie (uniformes e inscrições para competições), Defeet (meias, arm warmers, knee warmers...), Smith (óculos), Hammer (nutrição) e lojas de bicicleta em Asheville (15min do campus) onde temos descontos. Além disso, claro, temos acesso a um lugar que é, sem dúvidas, uma joia ainda um pouco escondida para o treinamento do ciclismo. Profissionais como Brent Bookwalter (BMC), John Murphy (United Health Care) e vários outros que moram ou já pedalaram por aqui dizem que este é um dos melhores lugares do mundo pra treinar.



Quando cheguei, a equipe estava estava bem maior. Contando todas as modalidades (ciclocross, estrada, pista, mountain bike e bmx) tínhamos 15 atletas. Muitos se formaram e alguns tiveram que sair, o que nos deixou com 9. Na categoria A de estrada somos somente 2 para essa temporada, em comparação aos 7 do ano anterior. Talvez aumentaremos esse numero para 4 até o nacional em maio, mas por enquanto temos um sprinter e eu (escalador? Breakaway-man? All arounder? GC? Ainda não sei bem o que sou hahaha).


Não se pode comparar o dinheiro que a universidade gasta conosco com o que ela gasta com as equipes de futebol americano, basquete e baseball (apesar de nós sermos os únicos com títulos nacionais e até mesmo condições de competir a nível nacional), mas isso é algo que temos que entender. Vários atletas desses outros esportes recebem bolsas integrais, apesar de serem alunos terríveis! Americanos ainda vão, por muitos anos, ver estes outros esportes com mais prestígio que o ciclismo, porém é nosso papel continuar mostrando a eles que merecemos mais, tanto em cima da bicicleta como na sala de aula. Lentamente vamos ajudando o ciclismo a crescer e ser mais apreciado.



Olhando pra essa neve por aqui, eu diria até mais e “stay warm”! Porém, considerando que no Brasil é verão, podem desconsiderar a última expressão.


Até semana que vem!


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